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Entrevistas

Eng. Monteiro – Perspetivas da área industrial para os próximos tempos

2 Fevereiro, 2022

Com uma larga experiência na área industrial, especialmente na otimização de processos industriais, o Eng. Joaquim Monteiro juntou-se recentemente à Cachapuz para dirigir o departamento de operações, contribuindo para o desenvolvimento de novas estratégias e reforço do posicionamento do Grupo Bilanciai no mercado. Aproveitamos para conhecer um pouco mais o seu percurso, o que o motivou a aceitar este desafio e quais as perspetivas da área industrial para os próximos tempos.

 

PERCURSO

Antes de mais, permita-nos conhecê-lo melhor e conte-nos um pouco do seu percurso, ao longo do tempo.

Tive um percurso extenso, marcado por experiências muito interessantes sempre ligado à área industrial, sobretudo, aos Aços.
Iniciei a minha carreira na área da gestão de projetos como desenhador de máquinas e depois enveredei pela área técnico-comercial, onde estive ligado a duas empresas multinacionais suecas. Primeiro estive na Sandvik Coromant onde após uma experiência comercial, fui responsável técnico do mercado ibérico e, ainda dentro da Sandvik SMT, abracei um novo desafio que passava por desenvolver o mercado de Portugal e Galiza na área de aços.

Posteriormente fiz um MBA e aí fui convidado para country manager na Swedish Steel AB, atualmente SSAB, maior Siderurgia de Aços Sueca à data, atualmente uma siderurgia com produção na Europa e América. Após estes desafios, tive duas experiências em empresas multinacionais portuguesas – na empresa RAMADA AÇOS como Responsável pelos Aços Especiais onde iniciei um projeto com uma siderurgia concorrente da SSAB e posteriormente esta foi absorvida pela siderúrgica sueca.

A última experiência, foi num grande grupo português, Ferro – Grupo Ferpinta como Diretor-Coordenador da Área Norte. Nesta última experiência, estive diretamente envolvido em criar soluções de valor acrescentado que até então ainda não tinham sido implementadas, ajudando a um crescimento sólido da FERRO, participando ativamente no reposicionamento desta empresa do grupo Ferpinta como líder na comercialização de produtos siderúrgicos em Portugal.

 

Em seguimento deste percurso, considera que, o facto de grande parte da sua carreira ter sido a trabalhar com os países nórdicos alterou a forma como vê a aplicação de software para a automação de processos? Se sim, como?

Em absoluto sim, as multinacionais têm por hábito analisar o mercado, potenciar e verificarem onde podem adicionar valor acrescentado e, nesse sentido, foram uma escola muito importante. Caracterizam-se por empresas viradas para o exterior, focadas na necessidade do cliente, na produtividade e numa relação win-win, que é fundamental para o crescimento das companhias a nível global. É exatamente isso que espero encontrar e ajudar no crescimento e posicionamento da Cachapuz.

 

A CACHAPUZ

 

Com que visão aceitou o cargo de Diretor de Operações na Cachapuz?

O que me motivou a aceitar este projeto, foi sobretudo a ambição da internacionalização, encontrar uma a equipa bastante envolvida e dinâmica e com um caráter disruptor muito grande, disposta a continuar a inovar e crescer.
Ingressar numa empresa com 100 anos de história, mas que tem estado em constante evolução e poder contribuir ativamente para o reforço do posicionamento da marca enquanto líder de sistemas integrados de pesagem é extremamente desafiante, acredito que vamos originar o crescimento que esperamos, nomeadamente atingir os 10 milhões de volume de faturação em 2025.

“Na Cachapuz motivou-me encontrar uma
equipa bastante envolvida e dinâmica
disposta a continuar a inovar”

 

Com todos os desafios estruturais que as empresas sofreram fruto da pandemia, como antevê os próximos tempos na área industrial?

Os desafios foram grandes, especialmente, para as empresas que ainda não se tinham adaptado a uma realidade mais tecnológica. Desde os anos 2000 que eu trabalho à distância e com essa experiência, creio que ajudei bastante a minha equipa a manter e inclusive a aumentar resultados durante a pandemia.

A Pandemia potenciou algumas situações que já existiam – uma guerra comercial entre Estados Unidos e China, necessidade de minorar os níveis de poluição, o que concluímos que com as baixas produções e redução da mobilidade os valores baixaram substancialmente, isso é impactante quer nas políticas europeias, quer no desenvolvimento da nossa economia.

Fazendo uma breve análise, podemos concluir que vamos ter níveis de inflação superiores aos que tínhamos anteriormente, alguma escassez de matérias-primas e tendência para preços se manterem em alta. Consecutivamente vai originar um aumento de preços nos aços, componentes eletrónicos e será transversal a várias áreas industriais.

 

Analisando a indústria portuguesa, acredita que estamos preparados para competir com modelos de negócio globais e extremamente competitivos?

Portugal tem tudo para ser competitivo, apesar de pequeno tem grandes tradições de explorar novos mercados, dispomos ainda de capacidades técnicas avançadas. Só temos de desenvolver o produto, investir a nível tecnológico e explorar a nível internacional.

Estou convicto que se trabalharmos para um mercado global vamos ter resultados muito bons para a nossa indústria. Voltando ao início da nossa conversa, um país, por exemplo, como a Suécia que com a dimensão que tem, necessita de recorrer ao mercado internacional para ter resultados positivos.

 

“É fundamental internacionalizar
para promover o crescimento da
nossa indústria”

 

Para terminar, quais são as palavras-chave que considera essenciais na definição da estratégia de uma empresa, no atual contexto que vivenciamos?

Começar por criar e agregar valor acrescentado. Atualmente as empresas não podem apenas disponibilizar um produto ou serviço, é necessário agregar conhecimento e tecnologia para criar relações estáveis e duradouras com os parceiros. Globalização, um dos conceitos do século e que vem complementar o que fomos falando, é preciso continuarmos o processo de integração internacional para obtermos situações economicamente mais favoráveis para os vários players.

Disrupção e Rigor complementam os dois termos anteriores, necessitamos de conseguir romper com a norma, estar abertos à mudança e dispostos a criar novos mecanismos e estratégias, mas alinhados com o rigor de sempre – seja nos processos internos, na nossa comunicação ou na concretização do negócio.

Acredito seriamente que empresas que tenham alinhados estes valores, como o caso da Cachapuz, têm os princípios fundamentais para alcançarem resultados de excelência.